Coberturas para a vida
08/09/2018FIBRANxps na 6º Conferência PassivHaus Portugal
30/11/2018As coberturas planas estão, rapidamente, a tornar-se uma importante parte dos edifícios e do modo de vida moderno. Nas cidades, podem contribuir como um espaço adicional utilizável nos edifícios e aumentam a qualidade de vida dos seus utilizadores. Sem surpresas, as coberturas planas são cada vez mais populares entre os investidores. No entanto, nem sempre foi assim.
[ “Posso ser um jardim, um relvado, um barracão, um terraço, um campo de jogos, um estacionamento com vista sobre a cidade…” ]
Em zonas chuvosas, as coberturas planas há muito que são consideradas instáveis e inadequadas. Muitos construtores vos dirão que as coberturas planas se dividem naquelas que já têm infiltrações e naquelas que as terão…E rapidamente vos propõem outras soluções de cobertura. Felizmente, no entanto, o desenvolvimento das coberturas planas e dos materiais está direccionado para a construção sustentável. Hoje, coberturas planas bem dimensionadas e devidamente implementadas, são construídas para a vida.
Sonhando com coberturas planas e acordando para a realidade
Uma cobertura plana pode ser um jardim, um terraço, uma estrutura, uma piscina ou mesmo um cinema ao ar livre, como o que foi instalado num hotel em Brisbane, Austrália.
Pensar em coberturas planas levanta muitas vezes questões sobre a utilidade e beleza destas soluções, contudo ao ler um bom livro ou desfolhar uma revista literalmente sob as nuvens, facilmente esquecemos as consequências de um mau dimensionamento ou incorrecta aplicação. As coberturas planas devem ser sempre multicamadas e constituídas por várias camadas de selantes por forma a prevenir que factores externos afectem a qualidade de vida dos utilizadores dos edifícios. Sim, porque em primeiro lugar uma cobertura invertida deve proteger-nos de factores exteriores. Infelizmente, muitas vezes isto é um problema.
Geralmente a construção da cobertura plana é da responsabilidade do empreiteiro, que não valida se o sistema escolhido para a cobertura plana é o mais apropriado. Como regra, é usada a impermeabilização mais barata (ou seja a membrana que impede a entrada de água no edifício) e apenas a espessura mínima de isolamento térmico de acordo com a legislação em vigor. Se tivermos sorte, na primeira temporada de chuvas a não haverá qualquer fuga de água ou condensação na cobertura. Contudo, colocando a impermeabilização de forma comum, ou seja sem protecção adequada, exposta ao calor, aos raios solares, variações térmicas permitimos que os materiais se degradem e seja encurtada a sua vida útil. (Figura impermeabilização). É por isso que temos que renovar a cobertura após 10 ou 15 anos, e esta renovação é apenas o início de uma longa série de necessidades de intervenção.
Assim, quando construímos uma cobertura plana, temos que considerar a qualidade do sistema escolhido desde o início. Também devemos decidir por uma solução de qualidade técnica comprovada, aplicada por mão-de-obra qualificada e que garanta a durabilidade da construção, especialmente quando esta pode ser garantida sem qualquer intervenção adicional.
[ Na construção não há segundas oportunidades. Podes passar o resto da vida a pagar os erros de uma decisão apressada.]
Os factores mais importantes numa cobertura plana são um dimensionamento racional e uma perspectiva de longo prazo.
Se queremos seguir as tendências da construção e de um estilo de vida moderno temos que assegurar que estas coberturas são duráveis, utilizáveis e acessíveis, e por isso temos que, em primeiro lugar, mudar a forma de as implementar. Sendo a impermeabilização, assim como a estrutura, o elemento mais importante na construção da cobertura, é fundamental encontrar forma de a proteger de agressões externas e nunca a deixar exposta, como muitas vezes acontece. Esta é a única forma de proteger o edifício de acidentais entradas de água e infiltrações.
Proteger a impermeabilização do sol, danos mecânicos e ciclos de temperatura deve também ser considerado especialmente durante as variações térmicas da primavera e outono que podem provocar expansão e retracção contribuindo para um rápido desgaste e envelhecimento.
Na prática, resolvemos este problema usando uma solução com mais de meio século, conhecida como cobertura invertida – onde as camadas de isolamento térmico são usadas também para proteger a impermeabilização, assegurando que esta não fica exposta aos impactos ambientais. Assim, o tempo de vida de uma cobertura plana pode ser alargado a todo o ciclo de vida do edifício, aumentando a sua durabilidade. Simultaneamente, e sem custos adicionais, ganhamos um espaço adicional com diversas utilizações e aumentamos o valor do nosso edifício.